quarta-feira, junho 12, 2013

Se beber, não case 3, de Todd Phillips **


Obedecer a uma determinada fórmula narrativa não significa necessariamente algo ruim. Se tal fórmula representar uma premissa interessante e ela for bem trabalhada, o resultado pode ser satisfatório. No caso de “Se beber, não case 3” (2013), ocorre que Todd Phillips procurou fugir da estrutura de roteiro dos dois primeiros filmes da franquia. Essa decisão, entretanto, acaba jogando contra a sua obra, pois retira justamente aquilo que expandia as possibilidades criativas das produções anteriores. Nesse novo capítulo, Phillips usa uma trama que se foca muito mais no gênero policial aventura do que propriamente na comédia, o que acaba descaracterizando muito da essência da série. Aquela combinação personalíssima de humor negro, pastelão e escatologia é jogada de lado em nome da ação desenfreada e genérica com eventuais toques cômicos (na maioria das vezes na pele do insosso Zach Galifianakis). Na realidade, o filme dá uma ideia de cansaço criativo, tanto por parte de Phillips quanto no seu elenco (por vezes, se tem a impressão de desânimo nas atuações de Bradley Cooper e Ed Helms). O engraçado é que a ótima seqüência que aparece depois dos créditos finais dá a impressão de que poderia ser utilizada na realidade como abertura do filme e dali poderia se desenvolver um roteiro interessante e nos moldes das produções anteriores. Poderia ser previsível, mas certamente seria bem mais engraçado.

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