quinta-feira, junho 13, 2013

Sem proteção, de Robert Redford ***


Mesmo não estando no mesmo nível artístico de alguns dos melhores filmes do Robert Redford como diretor (“Gente como a gente”, “Nada é para sempre”, “Quiz Show”), “Sem proteção” (2012) é uma obra que se revela em sintonia com a carreira e a própria persona do cineasta. Redford sempre foi um clássico liberal – tanto nas produções em que dirigiu quanto nos seus posicionamentos pessoais, mostrou uma postura crítica em relação à política dos Estados Unidos, mas sem defender ideais muito radicais. Ou seja, é o rebelde que a família norte-americana (ou até mesmo no resto do Ocidente) gosta. “Sem proteção” é o reflexo claro disso. O filme tem por temática as conseqüências de atos contra a ordem praticados por grupos terroristas nativos durante os anos 60. Apesar do filme ter uma certa postura questionadora de valores, o que fica realmente evidente é uma certa postura desiludida em relação a medidas mais extremas envolvendo violência e morte por parte de alguns membros desses grupos dissidentes, vistas pelo protagonista Jim Grant (Redford interpretando um alter ego) como uma espécie de corrupção e distorção dos princípios de igualdade e fraternidade tão valorizados nos anos 60 pelos movimentos de contracultura. Redford é convencional na formatação de “Sem proteção” ao estruturá-lo como um thriller, mas executa tal concepção com elegância narrativa. É curioso observar ainda que Redford deve permanecer com o crédito alto entre seus pares, pois é impressionante a quantidade de atores e atrizes de renome que aceitaram atuarem em minúsculos papéis de coadjuvantes.

Nenhum comentário: