Retrato emblemático das obsessões artísticas do diretor
norte-americano Russ Meyer, “Up!” (1976) extrapola a simples curiosidade por
filmes bizarros. Por trás de uma estrutura típica de uma obra exploitation,
revela-se um filme bastante inquietante em termos estéticos. Meyer revela um
ideário confuso e alucinado, que beira o surreal, onde cabe uma sátira política
(evidente na figura de um clone de Hitler que aprecia a sodomia), uma vasta
coleção de perversões sexuais e estrutura de tragédia clássica (não é gratuita
a presença de uma gostosona pelada que comenta as cenas no estilo coro grego). Essa coleção de
esquisitices temáticas recebe tratamento formal de criatividade intensa e
peculiar. O notável senso de composição cênica, os enquadramentos de tons
grandiosos, a frenética montagem e a constante atmosfera de sordidez compõem um
todo estético de grande impacto sensorial, milhas adiante da equivocada alcunha
de trash, comprovando que poucos diretores tiveram uma assinatura cinematográfica
tão personalíssima quanto Meyer.
Um comentário:
Era obsessivo por seios grandes, e a gente só agradece kkkk.
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