segunda-feira, junho 10, 2013

Terapia de risco, de Steven Soderberth ***1/2


Nos seus filmes mais recentes, Steven Soderbergh tem seguido por uma abordagem bem definida. Trabalhando em gêneros delimitados (drama, ação, filmes catástrofes) e usando por base roteiros de tópicos clássicos, o que interessa para o diretor é fazer um exercício estético baseado na concisão narrativa e numa abordagem emocional distanciada. O efeito sensorial é estranho, no sentido de que Soderbergh parece querer desconstruir e esmiuçar os mecanismos de todos esses gêneros em que se aventura. Isso fica evidente também em “Terapia de risco” (2013), obra em que o diretor tem como arquétipo a estrutura do suspense. A trama é bastante engenhosa em seu desenvolvimento –as viradas dramáticas realmente conseguem surpreender. Mas é em determinadas nuances estilísticas que a produção se mostra efetiva em sua transcendência artística – a direção de fotografia repleta de sutilezas de iluminações e enquadramentos, a montagem de encadeamento fluido, os elegantes temas da trilha sonora, a variação de composições dramáticas de seu elenco (é notável como Soderbergh consegue tirar Channing Tatum de forma convincente do seu perfil de galã canastrão).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Pequeno grande filme e que merece ser visto por todos.