Nos seus filmes mais recentes, Steven Soderbergh tem seguido
por uma abordagem bem definida. Trabalhando em gêneros delimitados (drama, ação,
filmes catástrofes) e usando por base roteiros de tópicos clássicos, o que
interessa para o diretor é fazer um exercício estético baseado na concisão
narrativa e numa abordagem emocional distanciada. O efeito sensorial é
estranho, no sentido de que Soderbergh parece querer desconstruir e esmiuçar os
mecanismos de todos esses gêneros em que se aventura. Isso fica evidente também
em “Terapia de risco” (2013), obra em que o diretor tem como arquétipo a
estrutura do suspense. A trama é bastante engenhosa em seu desenvolvimento –as viradas
dramáticas realmente conseguem surpreender. Mas é em determinadas nuances estilísticas
que a produção se mostra efetiva em sua transcendência artística – a direção de
fotografia repleta de sutilezas de iluminações e enquadramentos, a montagem de
encadeamento fluido, os elegantes temas da trilha sonora, a variação de
composições dramáticas de seu elenco (é notável como Soderbergh consegue tirar Channing
Tatum de forma convincente do seu perfil de galã canastrão).
Um comentário:
Pequeno grande filme e que merece ser visto por todos.
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