segunda-feira, agosto 12, 2013

Ferrugem e osso, de Jacques Audiard ***1/2


A estrutura da narrativa de “Ferrugem e osso” (2012) é a de um melodrama convencional. O que faz a diferença no filme é a força da encenação estabelecida pelo diretor Jacques Audiard. A trama traz elementos temáticos diversos e que por vezes beiram o insólito: lutas de vale-tudo, treinadores de baleias, deficientes físicos, questões de imigração, conflitos familiares. No conjunto, entretanto, todos esses elementos acabam ganhando uma unidade surpreendente na forma com que o roteiro bem estruturado os une. Como nas obras anteriores do mesmo diretor, “De tanto bater meu coração parou” (2005) e “O profeta” (2009), um dos trunfos da obra está na conjunção audiovisual proposta pela edição – a excelente direção de fotografia ganha impacto ainda maior com a forma com que a música se insere em cena. Audiard consegue também uma equilibrada alternância de atmosferas: nas seqüências mais intimistas, a tensão dramática é sutil e valoriza bastante as arejadas interpretações de seu elenco, enquanto nos momentos envolvendo violência e sexo, a ação é coreografada com vigor e belo detalhismo cênico.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Até agora não vi esse filme. Descuido meu.