quinta-feira, agosto 15, 2013

O concurso, de Pedro Vasconcelos *


A profusão de comédias que vem aparecendo nos cinemas nos últimos anos, principalmente aquelas produzidas pela Globo Filmes, acaba gerando a impressão de uma espécie de movimento, algo como se fosse uma onde de “neo-chanchadas”. Apesar de focarem principalmente num lado popularesco e comercial, alguns desses filmes até apresentam inquietações temáticas e formais, ainda que de forma discreta. Nessa direção, dá para lembrar “Os penetras” (2012) e “Vai que dá certo” (2013). Mas há produções, entretanto, em que o resultado é rasteiro demais em termos de ruindade, o que é o caso justamente de “O concurso” (2013). Dá para perceber no roteiro algumas tentativas de trazer uma visão crítica de determinados dilemas prementes da sociedade brasileira contemporânea no meio de todos os quiproquós da trama, mas a direção de Pedro Vasconcelos é tão mambembe que joga todas as boas promessas no lixo. Qualquer cena que envolva ação, algum movimento ou disposição de elementos no quadro é tão desajeitada que sugere um amadorismo constrangedor. Além disso, Vasconcelos demonstra péssima mão para direção de atores –as interpretações oscilam entre o inexpressivo e o risível. É provável que com toda máquina de marketing e pela estrutura “televisiva” de sua narrativa “O concurso” vai ser sucesso de bilheteria, mas será incapaz de se grudar na mente do espectador como experiência cinematográfica memorável (a não ser para alguns possíveis apreciadores de tosquices).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Comédia dispensável. Melhor mesmo foi Minha mãe é uma peça.