quarta-feira, outubro 23, 2013

A coleção invisível, de Bernard Attal **1/2


A maior virtude de “A coleção invisível” (2012) é a sobriedade da sua concepção e realização. Lidando com temas espinhosos como a morte e a velhice, o filme do diretor Bernard Attal evita exageros sentimentais. Há uma certa elegância na sua encenação e a fotografia e a edição são competentes. De se destacar ainda as boas atuações do elenco, com destaque para a surpreendente interpretação de Vladimir Britcha como protagonista. Apesar de tais virtudes, a produção é frustrante pela frouxidão de sua narrativa. A coerência formal e temática da obra acaba sendo uma camisa de força criativa – por vezes, tudo soa muito artificial e esquemático demais, como se pudéssemos enxergar todos os mecanismos estéticos do filme. Mesmo a sua linguagem de simbologias que configura “A coleção invisível” como se fosse uma fábula moral parece funcionar de forma acadêmica em demasia. Faltou maior contundência e ousadia na abordagem de Attal, o que torna a produção um melancólico canto do cisne para Walmor Chagas.

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