A origem de “Dose dupla” (2013) é comum a várias produções
recentes vindas de Hollywood – é baseada em uma história em quadrinhos
(curiosamente, desenhada por um gaúcho, Matheus Santolouco). E isso fica
evidente no filme: é uma história policial bastante movimentada, com idas e vindas
no tempo, com cenas de ação violentas tendendo para o cartunesco, além de um
roteiro repleto de exageros que descambam para inverossimilhança. Isso não quer
dizer, entretanto, que o diretor Baltasar Kormákur apele para uma edição
videoclipeira ou mesmo de câmera tremida. O seu senso de encenação e montagem
se vincula ao tradicionalismo, mas essa preferência pelo convencional é benéfica
para a produção – há uma clareza narrativa notável nas coreografias de lutas,
tiroteios, perseguições e explosões. É claro que não se trata de nenhuma
obra-prima da violência cinematográfica na linha Sam Peckimpah. Ainda sim,
perto do que faz no gênero ação ultimamente, acaba se sobressaindo. E como bônus,
vale mencionar as atuações bastante carismáticas de Denzel Washington e Mark Wahlberg.
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