Num primeiro momento, tanto lendo a sinopse quanto assistindo
às suas primeiras cenas, pode-se pensar que “A família” (2013) seria uma espécie
de paródia/homenagem a alguns clássicos filmes sobre a Máfia. O fato de ter
Robert De Niro como protagonista além de uma seqüência
envolvendo um debate num cineclube sobre a obra-prima “Os bons companheiros” (1990),
reforça também essa impressão. Um olhar mais atento, entretanto, revela que
essa produção dirigida pelo francês Luc Besson tem um alcance maior na sua
proposta. Mais do que um mero pastiche, a obra sugere uma visão do que compõe o
nosso imaginário em relação a filmes sobre gângsteres. Assim, a trama revela um
alto grau de exagero na caracterização de situações e personagens, pendendo
mais para o caricatural e grotesco do que para alguma profundidade psicológica.
Ocorre que tal abordagem distorcida acaba gerando um filme de momentos
efetivamente divertidos, repletas de perverso humor negro e violência que beira
o cartunesco. Nas boas seqüências de ação e brutalidade, Besson mostra que
ainda tem boa mão estética, fazendo lembrar por vezes até o seu grande magnum
opus, “O profissional” (1994).
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