Há em “A filha do meu melhor amigo” (2012) uma pretensão de
ser “alternativo”. Tem aquele jeitão “indie”, roteiro que se pretende
questionador do comportamento da típica família pequeno-burguesa norte
americana, evoca algo daquelas comédias acre-doce dos anos 70. Não se engane.
No final das contas, o filme é apenas “mais do mesmo”, sendo tão (ou mais)
superficial que a média das produções escapistas e comerciais que provém de
Hollywood. Está muito mais para uma morna produção oriunda da televisão – não há
a mínima ousadia formal na obra em questão, sendo que mesmo a trama que ostenta
uma aura contestadora envereda por um conservadorismo incômodo na sua resolução.
É um passatempo agradável por vezes, com um elenco até carismático (ainda que
caricatural em sequências importantes). Nada, entretanto, que seja
especialmente memorável. Aqueles que desejam ver algo mais contundente em
termos de ironia às mazelas da família moderna podem ler ou assistir a alguma
peça de Nelson Rodrigues – seria uma experiência bem mais substanciosa e
impactante do que esse mediano “A filha do meu melhor amigo”.
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