quarta-feira, outubro 30, 2013

Muito barulho por nada, de Joss Whedon ***


Depois do estrondoso sucesso comercial de “Os vingadores” (2012), o diretor Joss Whedon parece ter resolvido enveredar por uma vertente bastante diversa em “Muito barulho por nada” (2012). No conjunto geral, essa versão para a peça cômica de Shakespeare  é menos ousada e grandiosa do que aquele concebida por Kenneth Brannagh em 1993. Trata-se de uma produção de pequeno orçamento, mas que adota uma perspectiva inusitada – preserva-se praticamente na íntegra o texto original da obra e o contexto histórico da trama, sendo que a encenação e a direção de arte usam elementos contemporâneos. É como se Whedon estivesse dedicado a provar a atemporalidade da arte do bardo inglês, valorizando ao extremo a fluência e a ironia dos diálogos e as espirituosas atuações do seu elenco. O cineasta não propõe nada de novo na conjunção entre cinema e teatro, o que pode causar um estranhamento pela atmosfera não naturalista e pelo ritmo narrativo mais pausado típico dos palcos. Mesmo assim, Whedon preserva a fluência da trama com edição ágil e fotografia eficiente em preto e branco.

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