Depois do estrondoso sucesso
comercial de “Os vingadores” (2012), o diretor Joss Whedon parece ter resolvido
enveredar por uma vertente bastante diversa em “Muito barulho por nada” (2012).
No conjunto geral, essa versão para a peça cômica de Shakespeare é menos ousada e grandiosa do que aquele
concebida por Kenneth Brannagh em 1993. Trata-se de uma produção de pequeno
orçamento, mas que adota uma perspectiva inusitada – preserva-se praticamente
na íntegra o texto original da obra e o contexto histórico da trama, sendo que
a encenação e a direção de arte usam elementos contemporâneos. É como se Whedon
estivesse dedicado a provar a atemporalidade da arte do bardo inglês,
valorizando ao extremo a fluência e a ironia dos diálogos e as espirituosas
atuações do seu elenco. O cineasta não propõe nada de novo na conjunção entre
cinema e teatro, o que pode causar um estranhamento pela atmosfera não
naturalista e pelo ritmo narrativo mais pausado típico dos palcos. Mesmo assim,
Whedon preserva a fluência da trama com edição ágil e fotografia eficiente em
preto e branco.
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