terça-feira, dezembro 24, 2013

O mordomo da Casa Branca, de Lee Daniels **

Por mais que “Preciosa” (2009) tivesse os seus momentos lacrimosos, era inegável que o filme que revelou o diretor Lee Daniels para o mundo tivesse, por vezes, uma pegada crua e contundente que fazia com que fosse difícil ficar indiferente a tal obra. Nesse contexto, é por isso que há um certo quê de decepção em relação a “O mordomo da Casa Branca” (2013). Por mais que haja alguma competência no seu formalismo convencional, tudo no filme se ressente de um caráter mofado. A trama procura relacionar fatos históricos com as questões pessoais da vida do protagonista do título, mas sua investigação histórica mais parece um passeio burocrático por um grande museu de cera, e quando envereda pelo lado intimista acaba soando excessivamente melodramático, carecendo de uma abordagem mais humana. No final das contas, o filme faz imaginar o que um cineasta como Spike Lee, autor mais raivoso politicamente e de maior criatividade estética que Daniels, faria com um material desses em suas mãos.

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