Por mais que “Preciosa” (2009) tivesse os seus momentos
lacrimosos, era inegável que o filme que revelou o diretor Lee Daniels para o
mundo tivesse, por vezes, uma pegada crua e contundente que fazia com que fosse
difícil ficar indiferente a tal obra. Nesse contexto, é por isso que há um
certo quê de decepção em relação a “O mordomo da Casa Branca” (2013). Por mais
que haja alguma competência no seu formalismo convencional, tudo no filme se
ressente de um caráter mofado. A trama procura relacionar fatos históricos com
as questões pessoais da vida do protagonista do título, mas sua investigação
histórica mais parece um passeio burocrático por um grande museu de cera, e
quando envereda pelo lado intimista acaba soando excessivamente melodramático,
carecendo de uma abordagem mais humana. No final das contas, o filme faz
imaginar o que um cineasta como Spike Lee, autor mais raivoso politicamente e de
maior criatividade estética que Daniels, faria com um material desses em suas mãos.
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