sexta-feira, dezembro 20, 2013

O tempo e o vento, de Jayme Monjardim ½ (meia estrela)


A intenção de Jayme Monjardim nesta versão cinematográfica da obra literária clássica de Érico Veríssimo é clara: transformar a saga dos Terra e dos Cambará numa grande história de amor para que o apelo seja mais universal. O resultado final é equivocado e simplório – Veríssimo deve estar rolando na tumba ao ver o épico que levou tanto tempo escrevendo transformado em novela mexicana. Sim, porque nem novela brasileira atual tem uma formatação tão quadrada e ingênua quanto “O tempo e o vento” (2012). O roteiro quer condensar num filme de pouco mais de duas horas uma história que se desenvolveu em três livros, o que faz com que não haja uma personagem sequer que tenha uma caracterização dramática decente, além das situações do livro sejam recriadas de forma superficial. O tratamento formal proposto por Monjardim também não colabora: além do excesso de closes (nefasta herança televisiva), a maior noção estética do filme é a de inúmeros enquadramentos assépticos dos pampas, dando ao filme uma incômoda e constante sensação de “cinema cartão postal”. E para coroar a extensa lista de deméritos, colocar a inexpressiva Cléo Pires num papel chave como Ana Terra só evidencia que o filme está mais preocupado em cativar as platéias das telenovelas do que em entregar alguma contribuição artística.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Até agora nunca entendi porque colocaram uma musica em Inglês no final dos créditos.