A intenção de Jayme Monjardim nesta versão cinematográfica
da obra literária clássica de Érico Veríssimo é clara: transformar a saga dos
Terra e dos Cambará numa grande história de amor para que o apelo seja mais
universal. O resultado final é equivocado e simplório – Veríssimo deve estar
rolando na tumba ao ver o épico que levou tanto tempo escrevendo transformado
em novela mexicana. Sim, porque nem novela brasileira atual tem uma formatação
tão quadrada e ingênua quanto “O tempo e o vento” (2012). O roteiro quer
condensar num filme de pouco mais de duas horas uma história que se desenvolveu
em três livros, o que faz com que não haja uma personagem sequer que tenha uma
caracterização dramática decente, além das situações do livro sejam recriadas
de forma superficial. O tratamento formal proposto por Monjardim também não
colabora: além do excesso de closes (nefasta herança televisiva), a maior noção
estética do filme é a de inúmeros enquadramentos assépticos dos pampas, dando
ao filme uma incômoda e constante sensação de “cinema cartão postal”. E para
coroar a extensa lista de deméritos, colocar a inexpressiva Cléo Pires num
papel chave como Ana Terra só evidencia que o filme está mais preocupado em
cativar as platéias das telenovelas do que em entregar alguma contribuição artística.
Um comentário:
Até agora nunca entendi porque colocaram uma musica em Inglês no final dos créditos.
Postar um comentário