A história dos 47 ronins é um dos mitos mais tradicionais na
cultura japonesa, tendo recebido diversas adaptações cinematográficas no seu país
de origem. Assim, até soa estranho essa versão norte-americana para “47 ronins”
(2013). E não é só pelo fato de samurais e afins aparecerem falando inglês. A
marca ocidental da condução da narrativa do diretor britânico Carl Erik Rinsch
fica bastante evidente – há uma ênfase num romance entre um guerreiro mestiço
(Keanu Reeves) e a filha de um lorde que rende um excesso de momentos de
romantismo meloso que é estranho para um filme tradicional de samurais, assim
como a violência é bastante atenuada (praticamente não se vê no sangue nas seqüências
de ação ou nos rituais de suicídio). Por outro lado, não deixa de ser
interessante ver um filme de samurais feito com um padrão de grande produção
norte-americana. Ainda que ousadia e criatividade não sejam grandes marcas da
direção de Rinsch, a conjunção de trucagens eficientes com porradaria típica de
filmes orientais ocasiona algumas seqüências satisfatórias em termos de diversão
escapista.
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