O diretor britânico Roger Michel geralmente manteve em sua filmografia uma linha divisória
– oscilou entre comédias românticas (“Um lugar chamado Notting Hill”, “Uma manhã
gloriosa”) e pesados dramas (“Recomeçar”, “Amor para sempre”). Em “Um final de
semana em Hyde Park” (2012) ele procurou juntar esses dois universos distintos
no mesmo filme. O resultado acabou sendo bem indigesto... O roteiro de fundo
histórico – fala sobre a reunião num final de semana entre o presidente
norte-americano Franklin Delano Roosevelt (Bill Murray) e o rei inglês George
VI (Samuel West) para decidir sobre a participação dos Estados Unidos na 2ª
Guerra – até tem um certo atrativo, mas Michell aparenta indecisão entre
focalizar na comédia sobre os conflitos de costumes entre ingleses e
norte-americanos ou se concentrar no drama sobre as infidelidades conjugais de
Roosevelt. É como se houvesse dois filmes diferentes na mesma produção, com o
cineasta não conseguindo desenvolver a contento nenhum deles. O reflexo dessa
indecisão criativa é uma obra em que não tem tensão dramática e nem leveza irônica.
No final das contas, fica uma produção amorfa, que prefere se esconder atrás de
uma direção de fotografia estilo cartão postal e em interpretações
caricaturais.
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