Se hoje em dia é mania fazer reboot de tudo que é franquia,
não ia ser o Jack Ryan que ficaria de fora. E já é a segunda ou terceira vez
que tentam fazer um novo começo para o personagem criado originalmente na obra
literária de Tom Clancy. Na tentativa de dar um peso dramático maior para as
aventuras do agente da CIA, os produtores convocaram o diretor e ator britânico
Kenneth Branagh, conhecido por suas adaptações cinematográficas de textos de
Shakespeare para dirigir “Operação Sombra: Jack Ryan” (2014). O resultado dessa
nova tentativa está longe de ser memorável, mas também não chega a ser desprezível.
O roteiro traz algumas minúcias temáticas relativas a operações financeiras
obscuras e o novo cenário político mundial, mas no final das contas é uma trama
superficial para servir de suporte para cenas de ação. Branagh até dá um certo
estofo elegante para os cenários cosmopolitas do filme, além de sua encenação
das cenas de pancadarias e perseguições automobilísticas ser eficiente. Nada,
entretanto, que fuja muito do lugar comum dentro do que tem sido feito no gênero.
Sua experiência shakesperiana não consegue gerar alguma tensão dramática
convincente e mesmo sua atuação no papel de antagonista está mais para a
canastrice divertida do que para uma caracterização assustadora. No mais, “Operação
Sombra” dá uma sensação de que o grau de patriotismo ufanista é maior que em
outras produções protagonizadas por Ryan, e não
que isso seja necessariamente um elogio....
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