“Guerra nas estrelas –A ameaça fantasma” representou uma espécie
de virada na carreira de Liam Neeson (1999)– de ator habitado a tipos sérios e
taciturnos em dramas respeitáveis a protagonista durão de filmes de aventura e
ação. Oportunista ou não, o fato é que tal mudança representou uma saudável
renovação no perfil de Neeson, assim como rendeu alguns papéis e filmes memoráveis
para ele. É fato também, entretanto, que de vez em quando não custaria ele
selecionar melhor os seus projetos nesse gênero. No caso de “Sem escalas”
(2014), por exemplo, tudo é tão genérico e preguiçoso que mesmo o seu habitual carisma
passa batido. O filme se apóia em uma estrutura de narrativa formulaica ao
extremo, dando a constante impressão de uma obra engessada e sem vida. Todas as
viradas dramáticas do roteiro obedecem a um manual de convencionalismos estéreis,
sendo que a equação de suspense com filme catástrofe nem mesmo aproveita as
possibilidades criativas que tal combinação poderia propiciar. Talvez “Sem
escalas” pudesse se salvar se apresentasse pelo menos algumas boas cenas de ação,
mas o diretor Jaume Collet-Serra mal consegue coreografar uma briga de forma
decente. Se Neeson está a fim de persistir nessa linha de produções, seria bem
mais interessante que trabalhasse com diretores que realmente entendam do
riscado como Michael Mann e Nicolas Winding Refn.
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