quarta-feira, março 19, 2014

As aventuras de Peadbody & Sherman, de Rob Minkoff ***1/2


Na sessão em que assisti a “As aventuras de Peadbody & Sherman” (2014) acabei tendo uma curiosa constatação – a de que algumas das principais qualidades do filme passam, num primeiro momento, despercebidas pelas crianças, seu público-alvo. Digo isso porque em algumas das seqüências mais engraçadas da animação os pequenos não davam um pio (e o marmanjão aqui dava umas gargalhadas). Tal “fracasso”, entretanto, não significa necessariamente que a produção não seja memorável. Muito pelo contrário. É bem provável que nuances do roteiro acabem se infiltrando nas mentes dos infantes, atiçando a sua curiosidade para entender as sacadas, referências e citações de teorias científicas e fatos históricos que pontuam com elegância e sagacidade vários momentos do filme. Nessa linha de pensamento, também é importante ressaltar a forma com que a obra do diretor Rob Minkoff trabalha com o recurso do subtexto. Por trás de uma trama repleta de aventura muito bem dirigida e bom humor contagiante, há um verdadeiro libelo contra as intolerâncias religiosas e ideológicas: o cão cientista Peadbody abre a mente de seu filho adotivo humano Sherman para a beleza da ciência, da História e, por conseqüência, do próprio humanismo. Em tempos de neo-reaceonarismos místicos e político, a defesa da tolerância e do conhecimento por parte de “As aventuras de Peadbody & Sherman” acaba soando definitivamente transgressora.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Ultimamente tem tido animações dispensaveis demais