O diretor norte-americano Doug Liman é um dos casos mais bem
sucedidos na conversão de um ótimo cineasta de produções independentes para um criativo
artesão de blockbusters (ou pelo menos pretendentes a esse status). Nos anos
1990, dirigiu dois pequenos clássicos indies, “Swingers” (1996) e “Vamos nessa”
(1998), e a partir da década seguinte se dedicou a obras que transitam entre a
aventura e o thriller. “No limite amanhã” (2014), seu mais recente trabalho,
representa a sua volta à ficção científica, gênero no qual já tinha se dado
muito com o excelente “Jumper” (2008). Liman estabelece um ritmo narrativo notável,
em que a ação é frenética em alguns momentos, mas sempre preservando uma
clareza gráfica, em que se percebe a sua composição detalhista de encenação e
bastante longe daquele desgastado método de câmera tremendo e tudo se
convertendo num grande borrão. Além disso, o roteiro sabe aproveitar muito bem
as possibilidades criativas da temática de viagens no tempo, sem apelar a
obviedades excessivas e nem deixando a trama confusa, estabelecendo também um
certo senso de humor mórbido e desconcertante (afinal, qual o filme de aventura
recente em que o protagonista morre diversas vezes em cena??). No mais, “No
limite do amanhã” faz indagar como Liman não foi chamado para dirigir algum
episódio na revitalização das franquias “Star Trek” e “Star Wars”...
Um comentário:
Uma pena que o filme não tenha se dado muito bem na bilheteria, mas o vejo como mais novo cult do momento.
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