quinta-feira, setembro 25, 2014

Hércules, de Brett Ratner **1/2


Brett Ratner está longe de ser o mais brilhante dos diretores norte-americanos da atualidade, mas pelo menos tem a honestidade de não querer parecer um “visionário”. Sua produção mais recente, “Hércules” (2014), é um exemplo até contundente disso. O filme é derivativo de uma série de tendências que grassam no atual panorama do cinema de aventura de cunho fantástico: uma pretensa abordagem naturalista de velhos mitos, o gosto por cenários exóticos e grandiosos (há grandes tomadas panorâmicas que parecem terem sido decalcadas direto da franquia de “O senhor dos anéis”), uma violência mais explícita a ressaltar um possível tom sombrio na narrativa. No final das contas, entretanto, o pastiche de Ratner acaba se revelando bem digerível. Para começar, ele não é da nefasta escola Zack Snyder na direção de sequências de ação – filma com clareza e fluidez razoáveis cenas de pancadaria explícita. Além disso, por mais óbvio e estereotipado que seja o roteiro, é inegável que há personagens marcantes e a trama seja bem delineada no seu desenvolvimento. Ou seja, “Hércules” está longe de ser uma produção inesquecível aos moldes, por exemplo, de um “Guardiões da Galáxia”, mas pelo menos é uma diversão escapista eficiente. E dentro daquilo que se tem feito em boa parte de trabalhos do gênero, isso não deixa de ser um mérito considerável.

Nenhum comentário: