quarta-feira, setembro 24, 2014

Amorosa Soledad, de Martin e Victoria Galardi *


Nos créditos de “Amorosa Soledad” (2008), consta que o ator Ricardo Darin teria um papel coadjuvante no filme em questão. Na verdade, o papel dele é muito mais minúsculo, o cara não fica nem dois minutos em cena e sua participação não acrescenta nada à trama. A inutilidade narrativa de tal elemento, que parece estar ali apenas como um potencial chamariz comercial, é reflexo da própria esterilidade criativa dessa produção argentina. A narrativa espartana não vem de um rigor estético dos diretores Martin Carranza e Victoria Galardi, mas sim de uma concepção estética pobre e um roteiro que fica apenas chafurdando na banalidade. As agruras da protagonista Soledad (Inês Efron) envolvendo desilusões amorosas e hipocondrias diversas são expostas de forma mecânica e estereotipada, sem que a personagem consiga uma efetiva empatia com a plateia e nem que sua vida e comportamento sirvam como espelho de uma determinada geração, impressão essa que a apressada e esquemática conclusão acentua ainda mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não me pareceu tão ruim assim, André, este filme; ele chafurda na banalidade, certo, mas vejo isto por um lado necessário, precisamos às vezes chafurdar na banalidade que está por toda a parte. Enfim, prefiro este filme àquele "O que os homens falam", que definitivamente não me tocou em nada. Eron Duarte Fagundes,