O cineasta norte-americano Scott Derrickson tem firmado o
seu nome dentro do meio dos grandes estúdios como diretor vinculado a um gênero
específico, no caso o horror, situação essa que nos dias de hoje não chega a ser
algo exatamente corriqueiro. Isso não quer dizer necessariamente que ele tenha
uma marca autoral, pois até o momento sua cinematografia e um tanto irregular e
genérica. Assim como ele é o responsável pelo medíocre “O exorcismo de Emily
Rose” (2005), o cara também foi capaz de dirigir “A entidade” (2012), obra
efetivamente assustadora. “Livrai-nos do mal” (2014) se mostra como um
meio-termo entre as citadas produções anteriores de Derrickson. Não tem aquela
cara de telefilme morno de “Emily Rose”, mas também não há aquela pegada
sinistra e perturbadora de “A entidade”. O filme chega a apresentar algumas
boas soluções visuais e narrativas, além da dupla de protagonistas ter carisma
em suas sombrias caracterizações, mas a combinação entre policial e horror não
chega a ter um caráter orgânico satisfatório – ainda que as cenas de ação sejam
boas e convincentes, quando a trama envereda para o horror soa esquemática e
previsível demais, o que fica evidente na seqüência final de exorcismo, cuja
encenação genérica é destituída de vigor e criatividade.
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