A conjunção cinema e horror típica do diretor
norte-americano Frank Henenlotter permanece presente em “Basket Case 2” (1990).
Nessa continuação da obra original de 1982, as condições de produção são bem
mais profissionais, o que fica evidente nos efeitos especiais e maquiagem,
fundamentais na esquisita caracterização de monstros e freaks que surgem aos
borbotões ao longo da narrativa. A melhora no orçamento, entretanto, rouba
bastante da atmosfera demente do primeiro filme, não havendo tanto daqueles
climas perturbadores em que o riso e o susto se entrelaçavam de forma natural.
Por vezes, o filme chega a ficar agridoce na ênfase em histórias de amor e no
tom de denúncia sobre preconceitos. Se não fossem algumas passagens bem
sanguinolentas e o visual escatológico de algumas das criaturas, daria até para
encarar como uma divertida Sessão da Tarde. Mesmo assim, esse tom mais ameno,
provavelmente imposto por produtores, não tira o forte traço autoral de
Henenlotter. O terço final de “Basket Case 2”, em especial, revela o corrosivo
senso de humor doentio do cineasta, mostrando que ele será um eterno talento
outsider.
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