quarta-feira, setembro 03, 2014

Basket Case 2, de Frank Henenlotter ***



A conjunção cinema e horror típica do diretor norte-americano Frank Henenlotter permanece presente em “Basket Case 2” (1990). Nessa continuação da obra original de 1982, as condições de produção são bem mais profissionais, o que fica evidente nos efeitos especiais e maquiagem, fundamentais na esquisita caracterização de monstros e freaks que surgem aos borbotões ao longo da narrativa. A melhora no orçamento, entretanto, rouba bastante da atmosfera demente do primeiro filme, não havendo tanto daqueles climas perturbadores em que o riso e o susto se entrelaçavam de forma natural. Por vezes, o filme chega a ficar agridoce na ênfase em histórias de amor e no tom de denúncia sobre preconceitos. Se não fossem algumas passagens bem sanguinolentas e o visual escatológico de algumas das criaturas, daria até para encarar como uma divertida Sessão da Tarde. Mesmo assim, esse tom mais ameno, provavelmente imposto por produtores, não tira o forte traço autoral de Henenlotter. O terço final de “Basket Case 2”, em especial, revela o corrosivo senso de humor doentio do cineasta, mostrando que ele será um eterno talento outsider.

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