Talvez o grande problema da franquia “Os mercenários” é que sempre
haverá uma certa expectativa para que os filmes da série reeditem aquelas
produções de aventura casca-grossa e sangrentas dos anos 80. Ocorre que os
tempos são outros e um padrão asséptico e politicamente correto é necessário
para que um filme não ganhe uma censura etária muito elevada e assim não afete
os seus possíveis lucros. Assim, não adianta juntar vários atores emblemáticos
do gênero ação e um monte de explosões e tiros se não há uma narrativa capaz de
extrair alguma tensão ou interesse pelos personagens e mesmo cenas que tragam
algum impacto visual (afinal, a ausência de sangue e qualquer tipo de
escatologia faz com que tudo seja limpinho e nada chocante). E, pior, com uma
profusão de marmanjos fazendo um monte de piadinhas metidas à besta. Dentro de
tal equação, é provável que “Os mercenários 3” (2014) até ganhe uns trocados
nas bilheterias, mas também é praticamente certo que seja incapaz de se fixar
no imaginário daqueles que apreciam uma boa obra na linha “porrradaria”.
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