segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Caminhos da floresta, de Rob Marshall **1/2


Confesso que é quase irresistível escrever sobre “Caminhos da floresta” (2014) e mencionar “Sweeney Todd – O Barbeiro demoníaco da Rua Fleet” (2007), outra produção que também adaptava um musical do Broadway de autoria de Stephen Sondheim para o cinema. No filme de Tim Burton, havia a preocupação em manter a fidelidade com os temas musicais e o roteiro original da produção teatral, mas sem que com isso se sacrificasse a dinâmica e a linguagem cinematográficas, preservando ainda a marca autoral inerente ao diretor. O resultado foi um dos melhores filmes de Burton. Já nessa obra mais recente, a transposição não se opera sobre uma equação tão precisa. Os temas musicais são marcantes e dá para perceber que o subtexto do roteiro tem contundência dramática e simbologia notáveis no caráter transgressivo com que revê os clichês básicos dos clássicos contos de fada. Esses aspectos positivos não encontram ressonância, entretanto, no formalismo convencional do diretor Rob Marshall. O ritmo narrativo se mostra por vezes truncado e enfadonho e a encenação é um tanto afetada e sem vigor, fruto provável da dificuldade em formatar a dramaturgia original dentro de uma linguagem cinematográfica.

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