No plano teórico, “O homem mais procurado” (2014) tinha tudo
para ser um ótimo filme: direção de Anton Corbijn (que já tinha se dado muito
bem no gênero “thriller de suspense” com o extraordinário “Um homem misterioso”),
uma trama baseada em romance de John Le Carré (escritor que teve algumas ótimas
adaptações de seus livros para o cinema como “O alfaiate do Panamá” e “O espião
que sabia demais”), Phillip Seymour Hoffman atuando como protagonista. Tal
conjunção de elementos promissores, entretanto, não resultou em um produto
final memorável. A encenação concebida por Corbijn é tediosa e previsível, não
trazendo aquela particular atmosfera densa e sombria de seus filmes anteriores.
Personagens e situações se desenvolvem de forma mecânica e pouco natural –
parece que a preocupação do diretor ficou apenas em emular os clichês mais básicos
dos filmes de espionagem sem grandes convicções. E o próprio roteiro não ajuda
no quesito tensão, não causando aquelas sensações de empatia e expectativa
necessárias para esse tipo de produção. Há detalhes novelescos que revelam um
grau de superficialidade e inverossimilhança incômodas: o que dizer da mocinha
advogada que se apaixona pelo suspeito de terrorismo? Ou o veterano chefe de um
grupo de espiões que se deixa enganar das formas mais ingênuas possíveis?
Coroando todos esses equívocos, há a atuação estilo “piloto automático” de
Hoffman que já dá alguns indícios que as coisas realmente não iam muito bem com
ele. Mas não é nele que está o grande ponto negativo do elenco: Rachel McAdams é
uma atriz bonita e simpática que até funciona em comédias românticas e afins;
em obras de maior densidade dramática, ela simplesmente se torna inexpressiva.
Um comentário:
Eu gostei e a temática me lembrou muito a série de tv Homeland
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