sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Paz, amor e muito mais, de Bruce Beresford 1/2 (meia estrela)


Para falar a verdade, “Paz, amor e muito mais” (2011) é tão ruim que nem dá vontade de enumerar as razões para a obra em questão ser um equívoco tão grande. Afinal, produções desastrosas sempre fizeram parte da história do cinema em qualquer época. O que desperta realmente curiosidade ao se comentar uma obra como essa é tentar entender o que leva uma atriz com o histórico e importância de Jane Fonda a participar de um abacaxi de tal naipe. Afinal, estamos falando de uma atriz que ganhou dois Oscars e, mais importante, teve participações expressivas em produções de relevância como “Klute – Seu passado a condena” (1971), “Julia” (1977) e “Amargo regresso” (1978), obras essas que revelavam um considerável grau de inconformidade artística na Hollywood dos anos 70. Dessa forma, como ela pode se contentar com um trabalho tão raso e pueril quanto “Paz, amor e muito mais”? Ou aguentar ficar em cena com nulidades dramáticas como Jeffrey Dean Morgan ou Elizabeth Olsen? Ou apresentar uma interpretação tão caricatural? Uma improvável falta de grana (afinal, é a mulher que foi casada com o milionário Ted Turner)? Caduquice? Faltas de papéis femininos decentes? E já que se está nesse embalo de tantas perguntas, caberia até entrar em pauta o próprio diretor Bruce Beresford, um cara que tem no seu currículo alguns trabalhos marcantes como “Crimes do coração” (1986) e “Conduzindo Miss Daisy” (1989). Sejam quais forem as respostas para tais questionamentos, talvez a única certeza é que “Paz, amor e muito mais” é algo a se esquecer para Fonda e Beresford.

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