Para falar a verdade, “Paz, amor e muito mais” (2011) é tão
ruim que nem dá vontade de enumerar as razões para a obra em questão ser um equívoco
tão grande. Afinal, produções desastrosas sempre fizeram parte da história do
cinema em qualquer época. O que desperta realmente curiosidade ao se comentar
uma obra como essa é tentar entender o que leva uma atriz com o histórico e
importância de Jane Fonda a participar de um abacaxi de tal naipe. Afinal,
estamos falando de uma atriz que ganhou dois Oscars e, mais importante, teve
participações expressivas em produções de relevância como “Klute – Seu passado
a condena” (1971), “Julia” (1977) e “Amargo regresso” (1978), obras essas que
revelavam um considerável grau de inconformidade artística na Hollywood dos
anos 70. Dessa forma, como ela pode se contentar com um trabalho tão raso e
pueril quanto “Paz, amor e muito mais”? Ou aguentar ficar em cena com nulidades
dramáticas como Jeffrey Dean Morgan ou Elizabeth Olsen? Ou apresentar uma
interpretação tão caricatural? Uma improvável falta de grana (afinal, é a
mulher que foi casada com o milionário Ted Turner)? Caduquice? Faltas de papéis
femininos decentes? E já que se está nesse embalo de tantas perguntas, caberia
até entrar em pauta o próprio diretor Bruce Beresford, um cara que tem no seu
currículo alguns trabalhos marcantes como “Crimes do coração” (1986) e “Conduzindo
Miss Daisy” (1989). Sejam quais forem as respostas para tais questionamentos,
talvez a única certeza é que “Paz, amor e muito mais” é algo a se esquecer para
Fonda e Beresford.
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