Parece o tipo de filme que é o sonho de todo jovem hipster:
a soma da pretensa visão mais crua e adulta sobre relacionamentos amorosos de “500
dias com ela” (2009) com a linguagem formal moderna e as diversas referências à
cultura pop de “Scott Pilgrim contra o mundo” (2010). O resultado final de tal
equação em “Será que?” (2013), entretanto, é indigesto. O diretor Michael Dowse
passa longe da mesma inspiração criativa dos filmes mencionados, fazendo uma
comediazinha romântica bem qualquer. Dowse se limita a reunir de forma burocrática
todos os clichês formais e temáticos possíveis das produções no estilo “boy
meets girl”, procurando dar uma enganada com cansativos diálogos engraçadinhos
bestas metidos à inteligente e um elenco mais desglamorizado na caracterização.
Nada contra o gênero que o filme milita, afinal tanta coisa boa já se fez nessa
linhagem de produções (é só lembrar alguns trabalhos clássicos de John Hughes
nos anos 80). O problema de “Será que?” é que falta convicção e tensão na sua
encenação. Não basta ter Daniel Radcliffe com um eterno ar aparvalhado e umas
piadinhas “inteligentes” e achar que isso é um atestado de contemporaneidade e
relevância.
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