Boa parte do que se produz na atualidade no gênero da
aventura fantástica é marcada por dois pontos básicos: efeitos especiais
digitais empenhados em fazer tudo parecer “real” e roteiro com forte propensão
ao dramático e que se levam a sério demais. Os exemplos são vários: as
franquias “Harry Potter” e “Harry Potter”, qualquer coisa baseada nos quadrinhos
da Marvel e DC (com a exceção, é claro, do bem humorado “Os guardiões da Galáxia”).
Assim, assistir a uma produção como “O ataque dos vermes malditos” (1990) acaba
tendo de forma inevitável um caráter nostálgico. O filme dirigido por Ron
Underwood pode ser considerado uma bobagem datada pelos mais ranhetas. De certa
forma, dá até para concordar com eles. É inegável, entretanto, que se trata
também de uma boa diversão escapista. Underwood, provavelmente, não estava
tentando realizar nenhuma grande obra de arte – queria fazer apenas uma
revitalização competente dos filmes de monstro que grassavam aos montes nas
salas de cinema entre os anos 50 e 70. E o cara conseguiu seu objetivo, pois seu
filme é uma combinação bem azeitada de ação e tiração de sarro, em que os
momentos de tensão e humor conseguem interagir de forma convincente, com
direito, inclusive, a tiradas irônicas em relação à paranóia nuclear e ao medo
de uma invasão comunista. Além disso, as trucagens podem até parecer toscas
perto do que se faz hoje em tempos de constantes inovações tecnológicas, mas, ainda
sim, trazem um certo encanto visual na sua mistura de fuleiragem e
criatividade. As interpretações canastronas do elenco também demonstram uma
eficiente sintonia com o espírito de sacanagem/homenagem da produção.
Um comentário:
Assisti a primeira vez no Cinema em Casa e nunca me esqueço, foi bem divertido
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