quarta-feira, agosto 17, 2011

Assalto ao Banco Central, de Marcos Paulo *



O sucesso das duas partes de “Tropa de Elite” pode levantar a pergunta sobre o por quê não se faz mais filmes no gênero policial no Brasil. Assistindo a “Assalto ao Banco Central” (2011) acaba-se entendo um pouco sobre tais motivos. O diretor Marco Paulo parece ter assistido a várias produções na linha, utilizando boa parte da estética e dos clichês inerentes. O resultado, entretanto, é pífio como narrativa. A encenação é artificial e travada demais, nem ao menos uma simples briga corporal entre dois personagens consegue parecer convincente. A herança televisiva do cineasta acaba o traindo em um trabalho de edição e fotografia que pouco aproveita as possibilidades criativas da tela grande. O que poderia soar ousado, a alternância dos tempos narrativos, revela-se um truque estéril, pois pouco acrescenta no sentido de oferecer tensão para a trama. Para piorar ainda, o roteiro é desastroso no sentido de caracterização de personagens e situações – tudo parece excessivamente superficial e mal delineado, beirando o caricatural. Coroando o desastre, o elenco no geral tem atuações pouco expressivas, com a maioria dos atores estando no piloto automático (Lima Duarte, por exemplo, faz um policial que mais parece um Sinhozinho Malta com distintivo), com exceção de Milhem Cortaz e Eriberto Leão, que conseguem transmitir alguma fluência em suas interpretações.

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