A referência à “Pacto Sinistro” (1951), obra-prima de Alfred Hitchcock, em “Quero Matar Meu Chefe” (2011) se limita mais ao aproveitamento da premissa básica do que a uma possível reciclagem das atmosferas de suspense típicas do mestre do suspense. Na produção de Seth Gordon, a ênfase é muito mais no lado cômico. A comédia aqui pende para o caricatural, com nuances do roteiro e personagens enveredando fortemente para o exagero, ainda que várias situações da trama tenham uma conotação algo corriqueira e cotidiana. Nesse sentido, o filme explora um lado fundamental do gênero cômico: a capacidade de explorar os instintos básicos do espectador – afinal, quem nunca teve vontade de matar o chefe? Predomina, assim, o nonsense e o histrionismo de boa parte do elenco. Os melhores momentos de “Quero Matar Meu Chefe” residem justamente nas sequências em que o tom cartunesco da narrativa entra em choque com uma abordagem mais naturalista, principalmente quando entra em cena Jason Bateman, cujo estilo de interpretação mais sutil rende algumas das cenas mais hilárias do filme.
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