terça-feira, agosto 23, 2011

Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!, de Hugo Carvana *



Pode-se louvar as boas intenções do veterano Hugo Carvana em fazer uma homenagem ao clima das antigas chanchadas ou até mesmo a sua própria cinematografia em “Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!” (2011), como se tal produção fosse uma conclusão coerente para sua trajetória artística. Se a intenção realmente era essa, entretanto, pode-se dizer que trata de uma constrangedora declaração de intenções. Talvez os anos tenham finalmente pesado para Carvana, pois o filme tem um ritmo narrativo engessado e de pouco fluência. Ainda que se tenha o possível verniz de representar uma visão nostálgica sobre o cinema, falha naquilo que uma comédia tem de mais fundamental: fazer rir. Em nenhum momento se pode perceber algo de genuinamente engraçado. A impressão que se tem é de se estar assistindo a um quadro ruim do “Zorra Total”, só que alongado para uma hora e meia. Claro que há pequenos detalhes que dão uma certa aura de atratividade: a fotografia competente de Eduardo Escorel, a música de Edu Lobo (ainda que essa última pareça muito mais alguma sobra de estúdio). Mas, no final das contas, é muito pouco para tirar “Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!” da mesmice.

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