Este é o tipo de caso que poderia motivar algum tipo de reclamação junto ao PROCON. Afinal, tanto o infeliz título brasileiro quanto o cartaz podem fazer com que “O Casamento do Meu Ex” (2010) seja confundido com uma produção no gênero comédia romântica “água com açúcar”, com direito a muitas cenas melosas e final feliz garantido, quando na realidade o filme envereda por caminhos bem diversos. Por mais que o foco da trama possa se concentrar em relações amorosas, a obra em questão é bem mais abrangente na sua temática, mostrando jovens adultos ainda confusos e insatisfeitos com o rumo que suas vidas estão tomando. Nesse sentido, o título original (The Romantics), é mais ilustrativo do espírito da coisa. A abordagem da diretora Galt Niederhoffer sobre os temas do filme é acertada ao combinar uma dramaticidade algo bruta com toques de humor amargo, o que rende alguns momentos antológicos, principalmente na sequência da festa pré-nupcial, com direito a brindes constrangedores. Em termos formais, Niederhoffer consegue surpreender dentro da surrada estética que emula um estilo de filmar entre o documental e o vídeo familiar, em que a fotografia esmaecida e granulada dá uma sensação de atemporalidade para a produção. Esse tom crepuscular no visual de “O Casamento do Meu Ex” acaba revelando uma interessante sintonia com a atmosfera melancólica e desiludida que emana da história.
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