Pode-se dizer que “Stake Land” (2010) é uma verdadeira colcha de retalhos de referências: ficção científica apocalíptica estilo “Mad Max”, vampirismo, crítica social/política metafórica no estilo George Romero em “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968) ou “Madrugada dos Mortos” (1978). O diretor Jim Mickle tem o mérito de combinar com habilidade tais elementos aliado a um afiado senso de ação cinematográfica. Sua encenação não recorre a clichês contemporâneos como câmeras tremendo e cortes excessivos na edição – a narrativa é clássica nos seus enquadramentos e montagem. O apuro formal de Mickle se evidencia no extraordinário plano-sequência do “bombardeio” de vampiros em um acampamento. De se destacar ainda que o roteiro de “Stake Land” apresenta um notável refinamento na crítica ácida que faz de grupos religiosos que utilizam o fanatismo místico como forma de ascensão ao poder político (e também para manutenção do mesmo), o que mostra que a produção em questão está em sintonia com o atual e conturbado momento da política interna dos Estados Unidos. Além disso, a caracterização dos personagens é muito bem delineada, configurando tipos bem carismáticos, com destaque para Mister (Nick Damici), um anti-herói fodão como há muito não se via.
Ainda que a sua trama caia em alguns exageros destoantes no seu terço final, “Stake Land” se revela como um produto bem acima da média do que vem sendo feito no gênero recentemente.
Ainda que a sua trama caia em alguns exageros destoantes no seu terço final, “Stake Land” se revela como um produto bem acima da média do que vem sendo feito no gênero recentemente.
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