Na comparação, a segunda parte de “Harry Potter e a As Relíquias da Morte” (2011), e conclusão definitiva da franquia, sai em vantagem em relação à primeira no sentido que a narrativa é bem menos truncada, sem aquela constante impressão de que tudo é preparativo de algo que parece que nunca vai acontecer tamanha a imobilidade da trama da produção de 2010. No filme mais recente, há bem mais ação (até porque a série tinha que terminar de alguma maneira), com algumas seqüências até se destacando por um certo impacto visual, principalmente naquela que traz o duelo final entre Potter (Daniel Radcliffe) e Lorde Voldmort (Ralph Fienes). De se destacar ainda que os efeitos especiais digitais estão bem acima da média do vem sendo feito no gênero. Por outro lado, há um excesso de momentos em que a encenação soa rígida e infantilizada demais, com detalhes do roteiro que ora resvalam para o simplório ora para o superficial, além de uma disposição de atores que beira o estático. Ainda em termos de texto, esse desfecho de saga apresenta soluções fáceis e apressadas – as reviravoltas obedecem a um padrão pouco imaginativo, como se o importante fosse apenas cumprir tabela: o bem vence o mal e todos arranjam os seus respectivos pares amorosos. É provável, entretanto, que nesse ponto não dê para culpar tantos os roteiristas da série. Eles apenas repetiram as linhas básicas do livro. E talvez justamente aí resida a decadência artística de “Harry Potter” em seus últimos episódios. Se nos quatro filmes iniciais havia espaço para maiores ousadias formais e temáticas, nas produções restantes se percebe uma preocupação maior em corresponder às expectativas dos fãs e reproduzir justamente aquilo que eles esperavam. Com uma franquia milionária como essa, não dá para brincar....
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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