Dentro do gênero comédia dramática com velhinhos fofinhos, “O
quarteto” (2012) consegue mostrar algumas surpresas, ainda que preso a algumas
fórmulas narrativas. Mesmo não apresentando grandes voos criativos, Dustin
Hoffman até que se revela um diretor com alguma sensibilidade, principalmente
no que diz respeito à direção do seu elenco. O fato da trama se passar num lar
de idosos direcionados a músicos aposentados permite que o filme apresente
algumas cenas memoráveis. Há sequências expressivas na utilização da música,
que conseguem dar uma dimensão inebriante para as cenas. Os dilemas da velhice
são expostos, por vezes, com algumas cruezas inquietantes. Nesse sentido, há
uma bela sacada do roteiro ao fazer com que no asilo existam algumas belas e
jovens mulheres que lá trabalham que fazem um contraste um tanto perturbador
com a velhice dos protagonistas, realçando
tanto uma serena melancolia como um sentimento de impotência. Ou seja, no final
das contas, o cineasta Dustin Hoffman pode não ter a mesma grandeza artística
que tem como ator, mas com o “O quarteto” até desperta a curiosidade para um próximo
trabalho.
Um comentário:
talvez o profissão de cineasta seja o caminho de Dustin Hoffman para se manter na ativa.
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