Não há como não comparar uma refilmagem com o original, por
maiores que sejam os méritos artísticos daquela. Ainda mais se a primeira versão
do filme é uma obra-prima fundamental e marcante como o primeiro “A morte do
demônio” (1981). Nesse sentido, essa revisão concebida pelo diretor Fede
Alvarez, e lançada agora em 2013, decepciona, principalmente por não trazer o
grau de inventividade e virtuosismo que a produção dirigida por Sam Raimi
apresentou. Não há aquele senso de humor perturbador e a sordidez irônica que
conquistaram o público e tornaram o debut de Raimi uma obra influente. Na versão
de Alvarez, por mais que a ideia de misturar o terror sobrenatural com o vício
de drogas da protagonista possa ser uma boa
sacada, há uma incômoda impressão de um roteiro que se leva demasiadamente a sério,
o que fica ainda mais acentuado quando a trilha sonora melodramática entra em
cena e nos momentos envolvendo discussões familiares. Ora, convenhamos: num
terror gore, profundidades psicológicas são um tanto irrelevantes... Tirando
tais considerações comparativas, entretanto, há de se reconhecer que essa
refilmagem tem os seus méritos que a colocam num nível acima da média do que
vem se produzindo no gênero nos últimos tempos. Há seqüências efetivamente
assustadoras, tanto pelo grau de violência explícita quanto pelo alto nível de
suspense. Alvarez pode não chegar perto da criatividade estética de Raimi, mas
mesmo assim tem talento e coragem suficientes para realizar cenas extremas de
mutilações absurdas e sanguinolências desvairadas, capazes de se grudar no
imaginário cinematográfico.
Um comentário:
Não considero como uma refilmagem mas sim uma visita aquele universo que Raimi havia criado naquele tempo, sendo que a cena extra após os créditos, da entender que um velho conhecido nosso vai voltar.
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