quinta-feira, abril 25, 2013

A morte do demônio, de Fede Alvarez ***


Não há como não comparar uma refilmagem com o original, por maiores que sejam os méritos artísticos daquela. Ainda mais se a primeira versão do filme é uma obra-prima fundamental e marcante como o primeiro “A morte do demônio” (1981). Nesse sentido, essa revisão concebida pelo diretor Fede Alvarez, e lançada agora em 2013, decepciona, principalmente por não trazer o grau de inventividade e virtuosismo que a produção dirigida por Sam Raimi apresentou. Não há aquele senso de humor perturbador e a sordidez irônica que conquistaram o público e tornaram o debut de Raimi uma obra influente. Na versão de Alvarez, por mais que a ideia de misturar o terror sobrenatural com o vício de drogas da protagonista possa ser uma boa sacada, há uma incômoda impressão de um roteiro que se leva demasiadamente a sério, o que fica ainda mais acentuado quando a trilha sonora melodramática entra em cena e nos momentos envolvendo discussões familiares. Ora, convenhamos: num terror gore, profundidades psicológicas são um tanto irrelevantes... Tirando tais considerações comparativas, entretanto, há de se reconhecer que essa refilmagem tem os seus méritos que a colocam num nível acima da média do que vem se produzindo no gênero nos últimos tempos. Há seqüências efetivamente assustadoras, tanto pelo grau de violência explícita quanto pelo alto nível de suspense. Alvarez pode não chegar perto da criatividade estética de Raimi, mas mesmo assim tem talento e coragem suficientes para realizar cenas extremas de mutilações absurdas e sanguinolências desvairadas, capazes de se grudar no imaginário cinematográfico.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Não considero como uma refilmagem mas sim uma visita aquele universo que Raimi havia criado naquele tempo, sendo que a cena extra após os créditos, da entender que um velho conhecido nosso vai voltar.