Em termos gerais, a trama de “Las acacias” (2011), que se
desenvolve em uma narrativa realista e linear, pode ser resumida da seguinte
forma: caminhoneiro solitário e de poucas palavras dá uma carona para uma
desconhecida com seu bebê em longa viagem do Paraguai para a Argentina, a
convivência entre eles acaba humanizando o motorista e faz com que ele se abra
expondo seus desejos e mágoas; e por fim ambos se descobrem apaixonados. Parece
meio previsível, não é? E é mesmo. O diretor Pablo Giorgelli dá um acabamento
mais “artístico”, abusando de uma abordagem pretensamente mais sutil,
valorizando silêncios, tomadas de plano fixo de caráter reflexivo e as
interpretações naturalistas do elenco. O formalismo da produção é correto e
competente, mas a verdade é que se trata de uma obra que está longe de empolgar
ou arrebatar – não há uma seqüência sequer que efetivamente seja capaz de se
grudar no imaginário. Se um norte-americano dirigisse de forma menos cerebral
passaria até por uma dessas comédias românticas que tem as pencas por aí. No
final das contas, funciona como uma curiosidade cinematográfica, mas de caráter
descartável.
2 comentários:
Um dos melhores filmes que passou por aqui na capital neste ano.
Um dos melhores filmes que passou por aqui na capital neste ano.
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