É impossível não pensar na obra-prima “Boogie Nights” (1997),
uma espécie de cinebiografia disfarçada do astro pornô John Holmes, quando se vê
“Lovelace” (2013), outra cinebiografia, só que autorizada, da vida de Linda
Lovelace, a estrela do clássico “Garganta profunda” (1972). Mas se o filme de Paul
Thomas Anderson era um épico sórdido sob o submundo da indústria pornográfica
setentista, tomado por uma atmosfera hedonista e formalismo virtuoso, esse
trabalho dos diretores Rob Epstein e Jeffrey Friedman assume um direcionamento
bem frustrante. Por vezes, até se evoca algo da estética exagerada e cafona dos
anos 70, mas nos geral “Lovelace” mais parece um telefilme mofado e bem-comportado.
De certa forma, dá para dizer pelo menos que tal abordagem se revela em
sintonia com o roteiro da produção, moralista até a medula.
Um comentário:
Pensei imediatamente Boogie Nights e percebo como Lovelace foi um tanto que conservador
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