O diretor alemão Oliver Hirschbiegel parece ter um gosto
especial para filmes de caráter histórico. Se em “A queda – As últimas horas de
Hitler” (2004) ele enveredava por um marcante registro objetivo e seco, em “Diana”
(2013) utiliza uma abordagem sentimental e exagerada e acaba caindo numa
comicidade involuntária. Sua encenação é artificiosa e sem convicção, fazendo o
filme parecer um verdadeiro novelão mexicano, assim como a sutileza parece ter
passado longe da produção (sério, mas cada vez que Diana aparece todos os que
estão em cena ficam com a cara aparvalhada, como se estivessem vendo uma aparição).
Por mais que o roteiro seja baseado em fatos reais, a caracterização de situações
e personagens é caricatural. O drama da protagonista
é mostrado como um melancólico conto de fadas, em que Diana (Naomi Watts) é a
pobre e boa mocinha plebéia que foi enredada nas intrigas de um mundo insensível,
não havendo espaço para se explorar as contradições da figura da princesa. E a
essa altura do campeonato não dá para levar a sério uma obra cujo mote
principal da trama é tratar de uma história de amor “impossível” em pleno século
XX cuja motivação chega a ser risível: o amado da protagonista
é um médico paquistanês (Naveen Andrews) culto, bem sucedido e cosmopolita que
não pode namorá-la porque a família dele não consente na união. E tudo isso
embalado por um tratamento formal estilo “cartão postal”. É claro que essa
abordagem pode garantir a simpatia e as lágrimas de algumas respeitáveis
senhoras, mas também torna “Diana” uma produção medíocre como arte e equivocada
e simplória como registro humano e histórico de sua personagem principal.
Um comentário:
Com certeza ele fez dessa forma para agradar os ingleses que veneravam ela.
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