Assim como já havia ocorrido em "Hardware - O destruidor do futuro" (1990), o diretor sul-africano Richard Stanley consegue um notável feito em "Dust Devil - O colecionador de almas" (1992) ao estabelecer uma forte marca autoral dentro dos padrões formais e temáticos pré-estabelecidos do cinema de gênero (no caso em questão, o horror). Dessa forma, também honra uma faceta importante do cinema B: a de "contrabadear" ideias artísticas mais ousadas no meio de uma aparente produção rotineira comercial. Contando novamente com uma bela trilha sonora climática de Simon Boswell, Stanley elabora uma narrativa que se constrói a partir de influências de faroeste espagueti, atmosferas oníricas/lisérgicas e até mesmo melodrama intimista, sabendo ainda extrair grandes momentos de beleza visual das desoladas paisagens dos desertos da África do Sul. O cineasta demonstra tamanha classe estética que consegue tirar de letra detalhes como clichês, orçamento reduzido e a canastrice geral do elenco, fazendo de "Dust Devil" um pequeno clássico cult/fantástico dos anos 90.
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