A combinação entre Andrzej Wajda e a temática política
sempre é potencialmente explosiva, vide até o recente e extraordinário “Katyn”
(2007). Assim, a expectativa para “Walesa” (2013) era considerável, até porque
a vida do líder sindicar e ex-presidente polonês Lech Walesa é contemporânea à
boa parte da própria vida do cineasta, fazendo com que essa proximidade histórica
entre eles pudesse tornar a cinebiografia ainda mais contundente. O resultado
final, entretanto, acaba ficando aquém do esperado. Não é um mau filme, afinal
Wajda é um diretor tarimbado e consegue estabelecer um ritmo narrativo
envolvente, isso sem falar que a própria história do carismático protagonista é
repleta de fatos interessantes e marcantes. O que incomoda na produção é um
padrão formal por vezes excessivamente acadêmico, além do roteiro que
simplifica muitas questões complexas, tanto na caracterização um tanto
superficial dos principais personagens quanto na visão maniqueísta de algumas
situações históricas, vide a abordagem em relação ao papel da igreja católica
no conflito entre trabalhadores e o governo comunista.
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