Nos créditos de “Amorosa Soledad” (2008), consta que o ator
Ricardo Darin teria um papel coadjuvante no filme em questão. Na verdade, o
papel dele é muito mais minúsculo, o cara não fica nem dois minutos em cena e
sua participação não acrescenta nada à trama. A inutilidade narrativa de tal
elemento, que parece estar ali apenas como um potencial chamariz comercial, é
reflexo da própria esterilidade criativa dessa produção argentina. A narrativa
espartana não vem de um rigor estético dos diretores Martin Carranza e Victoria
Galardi, mas sim de uma concepção estética pobre e um roteiro que fica apenas
chafurdando na banalidade. As agruras da protagonista Soledad (Inês Efron)
envolvendo desilusões amorosas e hipocondrias diversas são expostas de forma
mecânica e estereotipada, sem que a personagem consiga uma efetiva empatia com
a plateia e nem que sua vida e comportamento sirvam como espelho de uma
determinada geração, impressão essa que a apressada e esquemática conclusão
acentua ainda mais.
Um comentário:
Não me pareceu tão ruim assim, André, este filme; ele chafurda na banalidade, certo, mas vejo isto por um lado necessário, precisamos às vezes chafurdar na banalidade que está por toda a parte. Enfim, prefiro este filme àquele "O que os homens falam", que definitivamente não me tocou em nada. Eron Duarte Fagundes,
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