sexta-feira, março 29, 2013

Disparos, de Juliana Reis *1/2


Dá para dizer que o diretor norte-americano Robert Altman ditou os parâmetros dos filmes mosaicos – aquelas narrativas em que há uma multiplicidade de personagens e subtramas (que geralmente se interligam, de forma tênue ou não), sem que haja um protagonista definido. Obras clássicas como “Nashville” (1975), “Cerimônia de casamento” (1978) e “Short cuts” (1993) são referenciais na filmografia de Altman dentro dessa linha cinematografia e até se tornaram bastante influentes. Alguns aprenderam direitinho a lição e até fizeram algumas obras interessantes (caso de Paul Thomas Anderson no extraordinário “Magnólia”). Outros, entretanto, limitaram-se a macaquear de forma equivocada e sem inspiração os preceitos de Altman. Exemplo máximo desse último caso é “Crash” (2004) de Paul Haggis. E parece que é justamente “Crash” o modelo inspirador de “Disparos” (2011). No roteiro do filme da cineasta Juliana Reis até se insinua uma espécie de protagonista na figura do fotógrafo Henrique (Gustavo Machado), mas ao longo da narrativa a trama vai se dissipando em ramificações um tanto disparatadas e que se resolvem de forma gratuita e forçada. Isso faz com que a tensão promissora da premissa de Henrique ser sufocado pelo submundo kafkaniano de marginais e policiais corruptos acabe se esvaziando. O filme insiste na tecla de pequenos burgueses angustiados e sufocados pelo cotidiano de solidão e violência (nesse sentido, evocando novamente o politicamente correto “Crash”), o que dilui ainda mais a sua densidade dramática

Um comentário:

Anônimo disse...

Sοгry, i anothеr question. Which maκes the
greatest mеnthol e liquіd?

Μy hοmepage ... ikt.Ei.Hv.se