Dá para dizer que o diretor norte-americano Robert
Altman ditou os parâmetros dos filmes mosaicos – aquelas narrativas em que há
uma multiplicidade de personagens e subtramas (que geralmente se interligam, de
forma tênue ou não), sem que haja um protagonista definido. Obras clássicas
como “Nashville” (1975), “Cerimônia de casamento” (1978) e “Short cuts” (1993) são
referenciais na filmografia de Altman dentro dessa linha cinematografia e até
se tornaram bastante influentes. Alguns aprenderam direitinho a lição e até
fizeram algumas obras interessantes (caso de Paul Thomas Anderson no extraordinário
“Magnólia”). Outros, entretanto, limitaram-se a macaquear de forma equivocada e
sem inspiração os preceitos de Altman. Exemplo máximo desse último caso é “Crash”
(2004) de Paul Haggis. E parece que é justamente “Crash” o modelo inspirador de
“Disparos” (2011). No roteiro do filme da cineasta Juliana Reis até se insinua
uma espécie de protagonista na figura do fotógrafo Henrique (Gustavo Machado),
mas ao longo da narrativa a trama vai se dissipando em ramificações um tanto
disparatadas e que se resolvem de forma gratuita e forçada. Isso faz com que a
tensão promissora da premissa de Henrique ser sufocado pelo submundo kafkaniano
de marginais e policiais corruptos acabe se esvaziando. O filme insiste na
tecla de pequenos burgueses angustiados e sufocados pelo cotidiano de solidão e
violência (nesse sentido, evocando novamente o politicamente correto “Crash”),
o que dilui ainda mais a sua densidade dramática
Um comentário:
Sοгry, i anothеr question. Which maκes the
greatest mеnthol e liquіd?
Μy hοmepage ... ikt.Ei.Hv.se
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