terça-feira, setembro 30, 2014

Sin City: A dama fatal, de Robert Rodriguez e Frank Miller **1/2


O resultado final de “Sin City: A dama fatal” (2014) como obra cinematográfica parece refletir os atuais rumos criativos de Frank Miller nos quadrinhos (vide os medíocres “Grandes Astros: Batman e Robin” e “Terror sagrado”) e faz pensar que não há mais o que extrair de efetivamente relevante da franquia. Os pontos positivos do filme se concentram no segmento que alude ao seu título e que se baseia num dos melhores arcos da série original dos comics criada por Miller, ainda que não tenha a mesma dinâmica narrativa ágil de “Sin City: A cidade do pecado” (2005). Já as demais histórias mostradas nessa continuação foram especialmente escritas para o filme e formam uma reciclagem pálida de ideias que já foram melhores trabalhadas em obras anteriores (tanto nos quadrinhos como no primeiro filme). Nessas tramas restantes, há uma evidente indefinição de abordagem, em que o excesso de um dramatismo arrastado não se encaixa bem com o grafismo cartunesco e caricatural da estética da produção. Falta aquele senso de humor sacana e doentio que a tônica dominante do filme anterior e também de boa parte do melhor que Miller já fez nos quadrinhos. Essa falta de rumo na perspectiva artística do filme se reflete no incômodo tom canastrão das interpretações do elenco. Já para Robert Rodriguez, “Sin City: A dama fatal” até representa um certo alento, depois do horroroso “Machete” (2010), mas a verdade é que o cara não entrega uma obra satisfatória desde “Planeta Terror” (2007).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Lembrando que a curta historia apresentada no inicio do filme faz parte da HQ original