O resultado final de “Sin City: A dama fatal” (2014) como
obra cinematográfica parece refletir os atuais rumos criativos de Frank Miller
nos quadrinhos (vide os medíocres “Grandes Astros: Batman e Robin” e “Terror
sagrado”) e faz pensar que não há mais o que extrair de efetivamente relevante
da franquia. Os pontos positivos do filme se concentram no segmento que alude
ao seu título e que se baseia num dos melhores arcos da série original dos
comics criada por Miller, ainda que não tenha a mesma dinâmica narrativa ágil de
“Sin City: A cidade do pecado” (2005). Já as demais histórias mostradas nessa
continuação foram especialmente escritas para o filme e formam uma reciclagem pálida
de ideias que já foram melhores trabalhadas em obras anteriores (tanto nos
quadrinhos como no primeiro filme). Nessas tramas restantes, há uma evidente
indefinição de abordagem, em que o excesso de um dramatismo arrastado não se
encaixa bem com o grafismo cartunesco e caricatural da estética da produção. Falta
aquele senso de humor sacana e doentio que a tônica dominante do filme anterior
e também de boa parte do melhor que Miller já fez nos quadrinhos. Essa falta de
rumo na perspectiva artística do filme se reflete no incômodo tom canastrão das
interpretações do elenco. Já para Robert Rodriguez, “Sin City: A dama fatal” até
representa um certo alento, depois do horroroso “Machete” (2010), mas a verdade
é que o cara não entrega uma obra satisfatória desde “Planeta Terror” (2007).
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Lembrando que a curta historia apresentada no inicio do filme faz parte da HQ original
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