Pode-se dizer que as pretensões artísticas do diretor
Jean-Paul Salomé em “Se fazendo de morto” (2013) não eram tão elevadas.
Provavelmente, sua intenção era fazer uma eficiente diversão escapista
combinando suspense e comédia. Mesmo dentro de tal ambição, entretanto, o filme
deixa bastante a desejar. No lado suspense, a obra não apresenta densidade dramática
suficiente para gerar alguma tensão para o espectador, limitando-se a repetir
de forma burocrática e sem inspiração algumas fórmulas e clichês básicos ao gênero.
Já pelo lado cômico, a produção poucas vezes consegue extrair algum riso mais
espontâneo – falta uma verve mais ácida e disposta a incomodar. Ou seja, é um
filme correto, bem fotografado, com atores com algum carisma, mas tudo é limpo
e conformista demais. Até é fácil de ver, ainda que um tanto longo em sua duração,
mas também é ainda mais fácil de esquecer.
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