quarta-feira, abril 01, 2015

Se fazendo de morto, de Jean-Paul Salomé **


Pode-se dizer que as pretensões artísticas do diretor Jean-Paul Salomé em “Se fazendo de morto” (2013) não eram tão elevadas. Provavelmente, sua intenção era fazer uma eficiente diversão escapista combinando suspense e comédia. Mesmo dentro de tal ambição, entretanto, o filme deixa bastante a desejar. No lado suspense, a obra não apresenta densidade dramática suficiente para gerar alguma tensão para o espectador, limitando-se a repetir de forma burocrática e sem inspiração algumas fórmulas e clichês básicos ao gênero. Já pelo lado cômico, a produção poucas vezes consegue extrair algum riso mais espontâneo – falta uma verve mais ácida e disposta a incomodar. Ou seja, é um filme correto, bem fotografado, com atores com algum carisma, mas tudo é limpo e conformista demais. Até é fácil de ver, ainda que um tanto longo em sua duração, mas também é ainda mais fácil de esquecer.

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